Lúdico Psicodélico Surreal... Uma Alquimia da Imaginação... (Amostra do Vol. I)

***Paisagens de Sonhos escolhidas do livro L P S Vol. I, 2003.

As sombras se escorregavam pelo fio do tempo

Que costura as montanhas do espaço sutilmente iluminado;

Das profundezas da gruta escura

A estrela maior se elevava a favor de todo o plano oculto

Para a percepção das retinas que nunca o via

Os pianos derretendo com a Lua

Pediam perdão à música e à forja

Enquanto perdiam suas notas

Por fendas de raras volúpias

No alto de uma sinfonia amena

Haviam colocado moedas

Sobre as vigas da velha casa

Para espantarem os Coelhos Sírios

Que queriam derrubar

As sete colunas de favos de mel

Poeiras do oceano seco

Fundiam-se nas camadas aeradas

Em um código de criação

Sempre que a luz escura brilhava

Na esfera iluminada

Das cores bailarinas cintilantes

Nas margens do rio santo, sob o vapor das águas,

Madres meretrizes lavavam os olhos e os seios umas das outras,

Depois se iam de costas para o Sol;

Quando a avidez chegou ali, da sua fogueira só restavam cinzas,

Do vinho, somente o aroma nas taças de cristal,

E das madres, um lenço e algumas pimentas vermelhas no chão

Notava-se que entre lábios

Em arranjos de ventos

Camas cansadas se deitavam

Sobre riachos perfumados

Que brotavam das cortinas da visão

Em um deserto de água

O campo magnético

Formado pelos três planetas

Sobrepostos um em cada ponta

Do triângulo cíclico

Criava anéis inebriantes

Na consciência lúdica

Que conspira contra o passado

Pelas escadarias pregadas

Acima do sótão subterrâneo

Palhaços desmontavam cubos coloridos

Que eram a superfície de uma nostálgica alegria

Depois da segunda colheita de ovos florescentes,

Ela não mais usou seus brincos de doze horas

Para evitar que períodos marinhos

Se voltassem contra a própria safra de ilusão

Enquanto os raios se debruçavam sobre as colinas falantes,

O velho lenhador que flutuava em um peixe arífico,

Dividia com seu machado uma gota de luz

Ao contemplar outra concepção astral

Em fases de nobres musgos

Hasteavam os portões no alto

Fazendo os Sapos da Manhã

Perderem o rumo de sua doutrina

Pelos córregos da fertilidade

Molduras deprimidas acordavam

Talhadas em figuras de bronze,

Das valas impressas no chão

Subiam paisagens em vidro;

Elas lembravam a arte dormente

Dos empoeirados sonhos antigos

Ao descer pelas ermas e ilusórias

Lacunas mortas no final do mundo,

Apenas em companhia de seu lobo mental,

Aquele que não usava o dia

Dizia que seguir por tais morros

Era como jogar dados

Com o impetuoso filho do vento

Espalhavam fragmentos de seus egos

Extraindo de vários conceitos complexos

Uma exacerbada psicodelia congênita;

Eram dois impressionistas utópicos

Cujos em seus dúbios espíritos

Nasciam sempre inusitados conúbios

Com a eterna existência

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Mosiah Schaule / Giuliano Fratin

Giuliano Fratin e Mosiah Schaule
Enviado por Giuliano Fratin e Mosiah Schaule em 21/07/2011
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T3108558
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