Lúdico Psicodélico Surreal... Uma Alquimia da Imaginação... (Amostra do Vol. III)

***Paisagens de Sonhos escolhidas do livro L P S Vol. III, 2009.

Onde as sonhadoras de olhos verdes,

Exalando dócil fragilidade passeiam tranqüilas,

Nasciam cedros que despertavam saudades

Nos perfumados sentimentos de seus admiradores;

Algumas vezes por raros campos do Tempo

Pairaram jades oceânicos sobre o sono dos inesquecíveis.

Na ambígua escuridão de sua jornada astral

Ficou abismado sob as cores de uma inacreditável eclosão,

Aparentava reluzir o sentido da própria existência

Com peculiares horizontes cravejados de significados,

Mas eram infinitas películas de realidades

Que ostentavam uma única imagem de aspecto familiar,

Elas zelavam o sagrado altar dos segredos

Fundamentados pela eterna consciência do Universo

Onde todo o tempo cresceu em controvérsia

A mutável e fabulosa biografia de sua vida.

Enquanto os catequistas de ilusão

Avivavam as labaredas de suas dúvidas

O Discípulo da Sabedoria colhia certeza

No Vulcão das Hipóteses

Algo trepidante derramando gotas violáceas

Fixo no colar da misteriosa astróloga

Outrora foi o coração de um anjo

Que amava os seus preciosos planetas;

A sua impaciência contraía a veda dos signos

Dilatando os caminhos ao cume do espaço.

Entrelaçados no amor de seus cachecóis

Os prestigiadores das lindas melodias do sonhador

Jamais imaginavam que as cordas de seu piano branco

Adentravam-se por sensíveis furos pintados na parede

Daquela calorosa sala toda coberta de lã,

Cruzando pomares de sonhos lácteos

Eram arpejadas pela tarde com a ênfase das ventanias

E de forma aprazível na cor mel-dourado

Terminavam nos lábios de um tear

Há séculos se movendo ao som dos vapores

Em um quintal de flores dançarinas.

Quando jovens audaciosos

Vogavam perambular em noites neblinosas

Por campos rasteiros,

Arapucas filosóficas estavam armadas

Dentro de suas próprias curiosidades

Desejando empreender sob seus vígios

Derivados das fontes do equívoco,

Um doce lar, aparente e seguro,

Enquanto se evade na solitude,

Mas ao sopro do livre ente

Não suporta o embolorar do engano

Que por si só o volatiliza

Ainda acordado em sua cama

Pela negação de seu próprio sono,

Ele cismava a intensa necessidade

De retornar àquela praça

Para tocar a única estátua

A qual havia descuidado em não tocar,

Pois temia ele a razão da dúvida

Pertinente ao sentir que ela esculpia

A sua suposta imperfeição

Perto de uma rua onde ainda cantava o dia,

Em um lote sem fim, mais cedo anoitecia...

Meninos tecedores de sonolentas diversões

Encantavam-se com os berços que desciam do Céu

Cochilando como a paz da infância;

Alguns se afundavam em solos de algodão

Enquanto os outros se preparavam para dormir

Sobre um trançado de fibras musicais;

Quando tropeçavam em suas brincadeiras

Colocavam os seus pijamas de emoções

Para lembrarem do sonho que sempre tiveram

No jardim de uma preguiçosa confecção

Aquele que se escondia nos bastidores da ilusão

Ainda capaz de manifestar-se no palco da realidade

Parecia ter contado uma não-verdade do tamanho de um teatro,

Mas era a sua total certeza de uma fortaleza enigmática

A qual posteriormente entrou em heróica cena

Para proteger as sutilezas dos seus segredos

Da mesma forma que a sua sincera máscara

Fora feita com o molde de seu próprio rosto

As Raposas Eloqüentes caíram na armadilha do sábio arbóreo,

Pois em sua barba guardava as raízes de todas as suas ações na mata;

Um dia descobriu que o verdadeiro dom da palavra

Somente ele podia conceber elucidando tudo o que sabia

Para o cerne de sua insofismável vivência;

Assim ele pode constatar que a prática da tarefa que lhes foi dada

Sempre desaparecia em adverso interesse tal qual o sentido do que fabulavam

Aqueles bipolares que vagavam sozinhos

Pelas alamedas da inconstância

Almejando desvencilharem-se

De suas bifurcações existenciais

Sonhavam apenas com a unificação

De suas variantes emocionais,

E para isso faziam o uso singular

De mentais sementes monocotiledôneas

Em barrancas de casas amolecidas pelo Sol

Tartarugas Arbóreas de braços abertos recebiam o Tempo;

No limiar de seus cascos enraizados

Médios cedros erguiam-se com chapeis brancos

Que em seus ápices rodeavam em freqüências baixas

Para celebrarem sua espessa existência atemporal

Fumaças que brotavam de plantas chuvosas

Evanesciam-se num tempo líquido

Que escoava até a cristalização de seu presente

Onde novamente se liquefazia

Para continuar o seu ciclo já regenerado

Numa tarde de forte tempestade elétrica

Enjzio Lóbrias criou o primeiro deus

De uma futurística e psicodélica mitologia

Através da força de um guerreiro visionário

Que lhe trouxera a sabedoria dos trovões

Abrindo-lhe as percepções atemporais...

Tempos depois encontrou um mago,

Lendo a obra que mudou a sua vida,

Sentado diante de uma imensa escada

Feita de livros que guardam códigos do Universo;

Ele potencializou as vertentes de seu psiquísmo

Mostrando-lhe os signos da ascenção...

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Mosiah Schaule / Giuliano Fratin

Giuliano Fratin e Mosiah Schaule
Enviado por Giuliano Fratin e Mosiah Schaule em 21/07/2011
Reeditado em 21/07/2011
Código do texto: T3108553
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