MEU PAI A TI ME ENTREGO
Seja feita a minha conversão
Entrego-me já meio estragado
Espero que diante desta árvore do sumo sagrado
Os frutos não estejam amarelo-tombados na terra...
Como espúrio enxertado de vermes que sem dentes devora qualquer Fera na esfera do dasamor!
Mastigando sua dor de condenado sem crime e sem pavor
Aos pés de um redentor na cruz ensangüentado de estupor!
Como uma flor cujos espinhos se lhe cravaram manchando-o de mácula
Suas pétalas de amor espalhadas no vento ressurrecto de louvor
Espero que me reste o hálito da verve!
Diante deste mito dinamitado pelo testemunho da plebe...
Que existe na explosão do incircunciso ser dilacerado de peso breve...
Em reconciliação com o pai no calvário, na gólgota, lugar da caveira
Com direito a escolha nem que seja em Bombaim ou na banca da feira!
Ou mesmo andando na esteira do céu em seu caminho sem fim!
Sou a mola da coluna, sou a esquina que some, como sombra no jardim
Que se avoluma até cegar a narcose de teu nome a zelar sem os Zelotes que se lhe inclinam a face como holofotes escusos do mal!
A corona de meu olhar boiúna d’água a se narcizar em cachoeiras
Fazem-me cacos-espumas a borbulhar entre entranhas e trincheiras
Cujo nome sagrado a lágrima salga na vinagreira de teu nome...
A quem reclamar quando sangro? Dentro de ti? A cruz é minha também
Morremos sempre sem nos segurar a nada, nem tem como!!!
Os olhos independem do olhar, tudo é ilusório, não há ninguém!
Quero só molhar as pontas dos pés
Na água que derramam por meu fim rescisório
Quem sabe assim o Serafim sinta-se
Na obrigação de me entregar suas asas
E ficar aqui padecendo por mim.
Será que pra se chegar ao céu
As asas são de aluguel!????