Sacerdotisa

Amanhece,imperial o sol surge

tingindo de fogo o horizonte.

Eu,sacerdotisa de Hermes

no Eufrates me banho.

Nua e só,

a água fria resplandecente do rio corre.

Preguiçosas passam as Lótus róseas,

noutra margem os cocrodilos despertam do transe ao chamado de seu deus.

Esta é a minha terra!

No calor do deserto as miragens fortaleceram meu espiríto tantas vezes dilacerado.

Aqui move-se a poeira do tempo,

há instantes que encontramos tesouros,noutros

a morte.

Silente,sinousa serpente multicor,

ela caminha na ilusão do Óasis que o peregrino perdido busca nas dunas em movimento.

Areias,vivas e impiedosas,são estas as areias do tempo,

o tempo que é um cisco no olho da eternidade.