Controle

O grave da voz alucinava-me

Entregava-me a tal feição inteiramente toda

E quando percebia já estava há horas lendo

Algum pedaço oculto de meus próprios pensamentos

Sem muitos êxtases apenas em contato com o corpo

Encontrava com Deus nesses momentos,

Eram tão verdadeiramente sublimes que abria o peito

E tinha direitos diante do que as possibilidades

Da felicidade que brotava de meu sangue fervente

Só o espírito tinha vida própria

E assim, encontrava-me face a face;

Com o que de mistério existia em mim

Não entendia, não queria entender;

A graça que as coisas tinham eram essa de brincar

Com a não sensação de ser inteira

O ar me respirava em temporais de calor

E transformava as coisas dentro do mais íntimo

Do ator que me possuía para fingir

Pela vida a fora que eu conseguiria ser mais

Livre do que eu me propunha

Até que de repente eu simples e leve

Acordei, e acabei achando graça das inquietudes;

Que banhavam meu inconsciente

Descobri-me no último minuto da madrugada

E pela primeira vez me amei quase sensualmente.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 03/12/2006
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