SORRIR O SOL POENTE
o homem bebia
o seu ocaso
nos dedos, aos vãos
chorava
velhas pétalas
num cais de campo
chorava gaivotas
de vôos rasos
ao rastro dos barcos
chorava detrás
às brumas
a escaparem da popa
o homem à varanda
esperava a lua
(quis e envelheceu)
era a morte loira
moça e linda
que sorria o sol poente