Esquizophenya

Luz acenda nos meus olhos

pois a escuridão já tragou a vela.

Sombras me envolvem exibindo o lodo de que são feitas,

rastejam pelo teto e paredes,escorrem pelos cantos sujando mãos e pés.

A treva vem e faz o laço no pescoço,

e como a morte me beija,lambe o vivo e o carrega.

Naqueles braços brancos,longos languidos,

o frio abraço da morte em vida.

A noite cheia de tormentos,

os pesadelos me acompanham acordado.

A fada risonha no meu ombro mostra,

toda miséria do mundo,toda desgraça que espera aqueles que perdem a razão.

Em todo lugar eu vejo,

demonios alados e arcanjos.

Legiões de santos e homens,

eles querem me levar...

Crianças mortas,

fetos,abortos.

Necropedofilia.

Eles,eles vem me sufocar.

Porque sou abominação,eu não posso viver.

Rasgados véus do mundo oposto;

meu quarto é taverna.

Irmandade sangrenta,espantoso convescote,

nem Lovecraft sonhou com tal horror.

Mas dizem os de branco,

eles dizem que estou louco.

Por ver e sentir,então fiquem no meu lugar,

provem do misérrimo sofrimento de uma alma atormentada.

Alucinações,peito orpimido,

dor,agitação de membros.

Convulsão.

O medo separa corpo de espiríto,

eu sou uma ruína ao sabor da tempestade.

Apura lamina teu fio maldito,

e manda o inútil ao inferno.

Me afogo numa poça de sangue ácido,

leva-me as nuvens o clorofórmio.

Os de branco gritam,me cospem,estupram e batem.

Os de branco dizem que não posso morrer,

porque sou apenas um esquizofrenico.