Poesia
Cantando assim, o coração tranqüilo,
atravesso a fluidez universal
do tempo e, vivendo, me rejubilo
com o mundo e minha canção bem natural,
doce poesia que com fé destilo,
e passo feito um ser elemental,
criando e recriando sem vacilo,
num palco de beleza surreal.
O tempo no horizonte se anuncia,
tempo de sal, de pedra, de amargor.
No entanto, o poeta se desafia
e vai além do golpe inferior,
para acatar no peito, em sua sangria,
o milagre do ato criador.