SEM MIM

Surgiu, me olhou, me sorriu,
Enquanto sol lentamente se ia...
Por entre as brumas,
Sussurrou nos meus ouvidos,
Uma sigilosa harmonia,
Recolheu as minhas plumas,
Preencheu o meu vazio,
Ficou me fazendo companhia,
Por horas a fio...
Acariciou o meu semblante,
Com suas mãozinhas macias,
Deixou o meu ser radiante,
Confortavelmente entorpecido,
Mas, de repente, partiu,
Desfolhou-se como açucena,
Pegou carona no vento,
Ou nas asas de um querubim,
Que pena! e sem mim,
Se perdeu no firmamento,
Alheia ao meu pedido:
Não vá... fique poesia.