povoar a minha solidão
Como posso,deveras, povoar minha solidão?
Indago,incrédulo e,reticente,aqui,neste momento
Já que sinto frio claustro,mesmo, na multidão
Cativo ,na liberdade,eis,agora, meu tormento
Vivo no dormitório dos espectros petrificados...
Ilusão, que para mim,bastasse,acordar,apenas
Que a felicidade não vem de coração mumificado
Mas,do cósmico santuário que flutua qual leve pena
Contudo ,tamanho mistério,há muito me fascina
Na busca continua, perene por anunciado sinal
Ah!que no afã da procura,a angustia,me domina!
E me apegando as ruínas,este ,sim,é o meu mal
Eu sinto a nostalgia da saudade, de mim, distante
E quanto mais, a sombra de meu Ser, antevejo
Fugaz,dissolve-se,qual branca neve,num instante
Entendo,pois, que o sofrer,nasce com o desejo!
Esquecer,agora,é minha mais pura necessidade
E no silencio fecundo em que me retiro,sereno
Povôo ,o intimo ,e,crio em mim, uma feliz cidade!
Torno infinito e belo o meu universo pequeno