Corpo do Futuro
Abram as portas para o Futuro – se abrirão, eu não sei
Ah, se abrirem...abrirão! Abraão e os Três Anjos
- sabia e saberão!
Chega de aguardo, pois guardas estão à solta
Na volta celeste (no retorno infernal)
Estão todos acesos, prontos para Identificação
(Dentes da Aflição)
A Boca da Verdade
Só assim eu estarei passeando, descobrindo,
- Há uma a se fazer – uma o quê?
Seria tão boa pergunta quanto resposta
Se não fosse triste indagação
Se não fosse a minha aposta
Nas portas que abrirão
(Portas da Percepção?)
Portas da Danação
E de viagem estou cheio, metade de um copo,
Eu cubro e cumpro sempre – mas há diferença,
Indiferença da vaidade (variedade?)
Perdoe-me se rude sou, mas é ser imbecil
Quando se acredita em verossímil paixão
- se é doença ou patologia,
só provar faz da dúvida estranho frio –
(Frio Duro e Puro)
Cabe ao destino se elaborar – se dele próprio se segue
Mas que se pegue um atalho, mesmo que doentio,
Da vida se destila intenções – covas vazias
(onde cadáveres mortos pelo desejo jazerão
E onde raízes acharão alimento,
Se do passado se come)
Da vida que destila variações – ossos quebrados
(pela marreta oposta, indisposta à discussões,
Fazendo do trabalho um prazer calculado)
Maculado estou, ex-queça
Ex-ecutei extra-cabeça – que muito me faz pensar
Quanto a balança que pesa, diga asneira,
Estamos na cadeira que se faz por si
(e outros Agregados)
- Justiça é plena quando ídolo não tem
- Vida é amena quando amar não se quer
- Alma se envenena quando encontra Alguém...
(Corpo é nosso, não do Futuro,
mas cada vez mais que seguro,
mais minh’alma está Além)