Corpo do Futuro

Abram as portas para o Futuro – se abrirão, eu não sei

Ah, se abrirem...abrirão! Abraão e os Três Anjos

- sabia e saberão!

Chega de aguardo, pois guardas estão à solta

Na volta celeste (no retorno infernal)

Estão todos acesos, prontos para Identificação

(Dentes da Aflição)

A Boca da Verdade

Só assim eu estarei passeando, descobrindo,

- Há uma a se fazer – uma o quê?

Seria tão boa pergunta quanto resposta

Se não fosse triste indagação

Se não fosse a minha aposta

Nas portas que abrirão

(Portas da Percepção?)

Portas da Danação

E de viagem estou cheio, metade de um copo,

Eu cubro e cumpro sempre – mas há diferença,

Indiferença da vaidade (variedade?)

Perdoe-me se rude sou, mas é ser imbecil

Quando se acredita em verossímil paixão

- se é doença ou patologia,

só provar faz da dúvida estranho frio –

(Frio Duro e Puro)

Cabe ao destino se elaborar – se dele próprio se segue

Mas que se pegue um atalho, mesmo que doentio,

Da vida se destila intenções – covas vazias

(onde cadáveres mortos pelo desejo jazerão

E onde raízes acharão alimento,

Se do passado se come)

Da vida que destila variações – ossos quebrados

(pela marreta oposta, indisposta à discussões,

Fazendo do trabalho um prazer calculado)

Maculado estou, ex-queça

Ex-ecutei extra-cabeça – que muito me faz pensar

Quanto a balança que pesa, diga asneira,

Estamos na cadeira que se faz por si

(e outros Agregados)

- Justiça é plena quando ídolo não tem

- Vida é amena quando amar não se quer

- Alma se envenena quando encontra Alguém...

(Corpo é nosso, não do Futuro,

mas cada vez mais que seguro,

mais minh’alma está Além)

Lord Autus Gaef Foolville
Enviado por Lord Autus Gaef Foolville em 31/05/2011
Código do texto: T3006406
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