BENDITA SOIS ENTRE AS MULHERES
Mãe de todos os Oceanos,
origem de todos os Universos,
grande terror dos perdidos,
consolação dos buscadores,
mistério de todos os mistérios,
em cujo Sonhos tantas vezes nasci,
tantas vezes parti.
Mãe de todos os desejos,
em cujo Seio fui pedra,
rastejei no lago,
na selva fui fera,
cabra nas montanhas,
até erguer-me das mil formas,
chamando o seu nome em mil mortes,
penetrando no seu Caminho sem volta,
de volta ao Lar.
Mãe de toda misericórdia,
refúgio seguro da miséria de existir,
em cujo Manto todas as lágrimas secam
todos os murmúrios cessam,
toda aflição silencia.
Útero de canções e epopéias,
de gemidos sem fim,
dos arrepios da vida,
do Grande Silêncio Gerador.
Mãe da doçura e do perdão,
Do Sim que fecunda todos os desertos,
Da minha infindável travessia,
na terra do Eu Sou.
Todos os números foram lançados,
e a sede não foi saciada,
todos os oráculos criados,
e a fome não aplacada,
todos os vinhos servidos,
e não curada a ferida.
Das entranhas da noite o meu grito,
Mãe Natura!!!
....Ainda ontem tão insegura andava,
e agora nos Seus braços me aninho,
o Universo me abraça.
Afinal eu me rendo,
quem se rende afinal?,
quem se rende?
Ao vento do deserto eu me esvazio,
a taça transbordante do Poeta em minha mão,
me basta!
Torrentes, torrentes, torrentes,
onde me afundo, debato e me encontro.
Descanso.
Alice Pinto
Mãe de todos os Oceanos,
origem de todos os Universos,
grande terror dos perdidos,
consolação dos buscadores,
mistério de todos os mistérios,
em cujo Sonhos tantas vezes nasci,
tantas vezes parti.
Mãe de todos os desejos,
em cujo Seio fui pedra,
rastejei no lago,
na selva fui fera,
cabra nas montanhas,
até erguer-me das mil formas,
chamando o seu nome em mil mortes,
penetrando no seu Caminho sem volta,
de volta ao Lar.
Mãe de toda misericórdia,
refúgio seguro da miséria de existir,
em cujo Manto todas as lágrimas secam
todos os murmúrios cessam,
toda aflição silencia.
Útero de canções e epopéias,
de gemidos sem fim,
dos arrepios da vida,
do Grande Silêncio Gerador.
Mãe da doçura e do perdão,
Do Sim que fecunda todos os desertos,
Da minha infindável travessia,
na terra do Eu Sou.
Todos os números foram lançados,
e a sede não foi saciada,
todos os oráculos criados,
e a fome não aplacada,
todos os vinhos servidos,
e não curada a ferida.
Das entranhas da noite o meu grito,
Mãe Natura!!!
....Ainda ontem tão insegura andava,
e agora nos Seus braços me aninho,
o Universo me abraça.
Afinal eu me rendo,
quem se rende afinal?,
quem se rende?
Ao vento do deserto eu me esvazio,
a taça transbordante do Poeta em minha mão,
me basta!
Torrentes, torrentes, torrentes,
onde me afundo, debato e me encontro.
Descanso.
Alice Pinto