meu berço de pinho
O berço em que nasci,era de tosco pinho
Lá derramei fartas lagrimas de desalento
Quando,neste claustro,me via, sozinho
Uma espécie de banzo,naquele momento...
Deveras,a saudade doida que me afligia
Vinha comigo,mas ,não era deste mundo
Chegara,no silencio e,pobre,não sabia
Dormitava em minha essência,bem fundo.
Hoje ,durmo num leito de escura madeira
Contudo,já não choro perdas ,apenas ,aceito
Pois,resignei,calado pela minha vida inteira
A esperança perdida ,sem que nada fosse feito.
Plantaram-me feito frondosa arvore amiga...
Onde na primavera surgem as flores mais belas
Ao solo úmido,meu corpo e,ao céu,minh’alma antiga
Navego,calmo,em extenso mar azul sem procela !
Nesta longa vigília silente ,onde busco adormecer...
Renovo em sonhos e anseios ,minha ave querida!
Exultante ,incontida felicidade em meu renascer
E,neste berço de pinho,voltarei,um dia,para vida!