DE VOLTA AO PURGATÓRIO
09.09.05.
Me conta sobre teu arsenal
Tuas minas, teus TNTs
Eu te falo das minas que desarmei
Me guia entre esses escuros céus azuis
Preciso de tuas lanternas, teus focos
Eu te mostro a solidão
Meu caminho até aqui
Pouca gente entendeu
Unanimidade!
A umidade de meus verdes porões
Minhas inibidas iniqüidades
A anatomia de minha melancólica gastrite
Passei a vida... Ela chegou em segundo
Em cada segundo passei a vida
Caminhos minados, hajam Nagazakis
Fui “kami-quase”, nucléico, prótons
Pilotei ogivas, quase me implodi
O prédio estava velho, em ruínas
No anfiteatro, só tragédias
Minha Divina Comédia tinha Deus como espectador
Um Deus barbudo e cruel
Me mostre teu urânio
Que te mostro meu Saturno
Me fale de teu crânio
Displasia, ironia...
Nada vai mudar, sou ao cubo!
(primeiro dia no Rio após uma aventura de quatro meses em Santa Catarina)