DE VOLTA AO PURGATÓRIO

09.09.05.

Me conta sobre teu arsenal

Tuas minas, teus TNTs

Eu te falo das minas que desarmei

Me guia entre esses escuros céus azuis

Preciso de tuas lanternas, teus focos

Eu te mostro a solidão

Meu caminho até aqui

Pouca gente entendeu

Unanimidade!

A umidade de meus verdes porões

Minhas inibidas iniqüidades

A anatomia de minha melancólica gastrite

Passei a vida... Ela chegou em segundo

Em cada segundo passei a vida

Caminhos minados, hajam Nagazakis

Fui “kami-quase”, nucléico, prótons

Pilotei ogivas, quase me implodi

O prédio estava velho, em ruínas

No anfiteatro, só tragédias

Minha Divina Comédia tinha Deus como espectador

Um Deus barbudo e cruel

Me mostre teu urânio

Que te mostro meu Saturno

Me fale de teu crânio

Displasia, ironia...

Nada vai mudar, sou ao cubo!

(primeiro dia no Rio após uma aventura de quatro meses em Santa Catarina)

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 21/05/2011
Código do texto: T2984102
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