IMODESTA LÁPIDE!

Morri...

Não devo mais a ninguém!

Sorri!... (no tempo imperativo!)

Não morro mais por alguém!

Não correrei, enfim,

Por mais nada...

Na luta desesperada

Não abro nem pra um trem...

Liberei geral

Na liberdade

Subirei legal

Felicidades!

Repartam os meus bens

Com todos os enteados:

Artistas, cantores, poetas,

Esses grandes literatos.

As poesias nas canções,

Os meus passos no teatro,

Tudo que construí

Foram riquezas, de fato...

Dize...

Passou desta pra melhor!

Passaporte para o céu

Onde “o sempre” é um arrebol...

Fui pai, tive filhos

Produzi alguns livros

Plantei diversas árvores

Tudo eu fiz com muito estilo...

Quem quiser que se arvore

A me seguir nos meus trilhos

Não force a barra, nem implore,

Nem se enrole em meus grilos!

Semeado deixo os campos

Com parreira, com bom trigo...

É só regar, rezar ou esperar a chuva

E a colheita, então virá: alegria, pão e uva...

Deixo, agora, em minha lápide,

O meu derradeiro estribilho:

“Quem não aprendeu a lição,

Quem não entendeu meu bê-a-bá...

Então, lê meus livros, decora!

Posto que, já fui embora,

Comemora, assim, alegre,

Dança sozinho neste regue

Solta esse lindo sorriso

Pois é isso que preciso

E só lembra o melhor que deixei

No bem bom, porém conciso, e não chora!

Crê! Num dia de luz, voltarei!"

(Psicografado do meu próprio cérebro tresloucado... KKK)

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 12/05/2011
Reeditado em 14/05/2011
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