IMODESTA LÁPIDE!
Morri...
Não devo mais a ninguém!
Sorri!... (no tempo imperativo!)
Não morro mais por alguém!
Não correrei, enfim,
Por mais nada...
Na luta desesperada
Não abro nem pra um trem...
Liberei geral
Na liberdade
Subirei legal
Felicidades!
Repartam os meus bens
Com todos os enteados:
Artistas, cantores, poetas,
Esses grandes literatos.
As poesias nas canções,
Os meus passos no teatro,
Tudo que construí
Foram riquezas, de fato...
Dize...
Passou desta pra melhor!
Passaporte para o céu
Onde “o sempre” é um arrebol...
Fui pai, tive filhos
Produzi alguns livros
Plantei diversas árvores
Tudo eu fiz com muito estilo...
Quem quiser que se arvore
A me seguir nos meus trilhos
Não force a barra, nem implore,
Nem se enrole em meus grilos!
Semeado deixo os campos
Com parreira, com bom trigo...
É só regar, rezar ou esperar a chuva
E a colheita, então virá: alegria, pão e uva...
Deixo, agora, em minha lápide,
O meu derradeiro estribilho:
“Quem não aprendeu a lição,
Quem não entendeu meu bê-a-bá...
Então, lê meus livros, decora!
Posto que, já fui embora,
Comemora, assim, alegre,
Dança sozinho neste regue
Solta esse lindo sorriso
Pois é isso que preciso
E só lembra o melhor que deixei
No bem bom, porém conciso, e não chora!
Crê! Num dia de luz, voltarei!"
(Psicografado do meu próprio cérebro tresloucado... KKK)