Ciclo
Há um cavalo de doradilho e passarinheiro,
Que alguns carregam no coração.
Quando domado, torna-se marchador.
Mas sua beleza maior
Está no galope selvagem e indomável
Do seu ser sonhador.
Lágrima teima cair na agonia.
Lágrima teima em cair na alegria.
Lágrima cai no clarear de um dia.
Lágrima companheira de uma dor no peito,
Que oculta o tempestuoso alazão.
É mais rápida, é mais firme.
Em sua delicadeza,
Cavalga a emoção .
Uma chuva torrencial.
Observo, da janela dos meus desejos,
aquele cavalo entre o pinheiral.
A chuva derrama e tudo lava.
Lava a crina da alma,
Que voa com o vento, vendaval
E enleva o espírito, acalma...