O coração e a poesia
Põe no papel o que te vai na alma
e faz dele o teu confessionário,
pronto a te escutar, com toda a calma,
sem depender de dia ou de horário.
Põe no papel o que te faz contente,
para que o riso fique registrado
e possa, quando mais não for presente
ser num pedaço de papel lembrado.
Põe no papel as dores que te ferem,
e deixa que parte delas vire tinta,
até o dia em que não mais quiserem
que o teu coração ainda as sinta.
Põe no papel o que te der a vida
de bom, de triste, dor ou esperança,
para que quando a quiseres revivida
ela ainda esteja onde a vista alcança.