Noite dos Cães
Órbitas paralelas de um universo oblíquo
Além das esferas evolutivas que mistifico
Quase que pelo honroso vício nobre
De enaltecer todo este futuro pobre
Metamórfico e calado enclausurado
Pelas grades desta masmorra, encurralado
Patrióticos hipócritas e hipocondríacos apócrifos
Desnudam teu ser como quem permanece neófito
E esse turbilhão de domínios entristecidos
Pelos cristais degradados e negativos
De um tesouro bruto, tomado pelo sangue esquecido
Que derramado sob este negro solo, deverias nem tê-lo sido
Estala o fogo dos açoites encantados
Na calada noite dos mistérios amargos
Em que todas as lendas invadem os quartos
E primordiais somam-se aos vômitos embriagados
E aos pensamentos anônimos de filósofos inaudíveis
Um tanto inaceitáveis por mais que inesquecíveis
Guardam a ciência dos segredos mais profundos da raça humana
Que ainda rasteja prematura, pelo frio esquecimento desta lama!