À SOMBRA DO MESTRE

E Tu vens lentamente, ó Mestre,

enquanto no silêncio das igrejas,

as almas choram.

E Tu perscrutas essas lágrimas

como quem segue estrelas nos céus.

Hoje tudo parece pálido.

As canções dos crepúsculos esvaíram-se

sobre os ninhos que também Te choram.

Há um cravo multiplicado em minha alma.

Não forma feridas, forma jardins.

Jardins de esperança.

Aqueles que aguardam Tua presença.

No meu sono, abraçarei

a Tua sombra

como a semente abraça a terra.

E ao alvorecer, tocarás minha alma

com a lira do Teu nome

e me dirás apenas:

- Desperta!

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