ECOS DA INQUIETUDE
Um grito mudo, rompendo a surdez do vento,
alcança os ouvidos das longínquas montanhas.
O eco surdo rompe a mudez do pensamento,
libertando dores encarceradas nas entranhas.
Atordoada a mente, ouve da alma o lamento,
como cantigas desafinadas, soando estranhas,
no elo perdido entre memórias e esquecimento,
Contemplo o som dos ecos em suas artimanhas.
Do olhar do qual ora me invisto, ora me isento,
para as cores cinzentas do reflexo das sanhas,
contrastam tons esmaecidos de um momento,
que, mais amenos tingem as dores tamanhas.
Busco a paz nas cores e sons e em tal intento,
faço minha cúmplice a quietude das montanhas.