VERSO ERETO
A sociedade odeia a poesia
Não mantém com ela sinergia
Porque odeia tudo que Deus fala
E se for ao fulcro ela até entala
A Divindade se expressa e cala
Força poderosa advém do Sagrado
Nesse intervalo é que o Divino cria
Aí reside o processo da sua magia
A coisa sutil e concreta inútil
E preciosa farsante e sincera
Nasce na sintonia dessas esperas
A construir sonhos e vãs quimeras
Que é a linguagem poética medra
Na metamorfose que encerra
Fantasia de alma e pele fútil
Versos que sangram e afloram
Arquitetura de delírio e suor
Martírio do vício e seu torpor
De amor e perversão reverso brusco
No anverso complexo a sua busca
De compaixão e fúria o valor maior
Na explosão da Fé em combustão
Da poesia é demolir o vasto
Tecer a teia da Ceia pelo contato
Poder da estrutura morta que cresce
A esparramar as ramas que enternecem
Sem Deus em você que poesia é prece
Ele assopra, escuta, orienta a quem padece!
Duo: Geraldo Maia e Hildebrando Menezes