AMANHECI OUVINDO ESTRELAS
Amanheci ouvindo estrelas.
Sabem. . . Aquelas últimas
que insistem em brilhar nas manhãs,
desafiando o sol; dos noctívagos
fazendo-se íntimas.
E a lua ontem estava tão reluzente
Que meus olhos colaram extasiantes
O coração logo pulou e se manifestou
Ficou ébrio da ternura que se incendiou
Em inesquecível madrugada iluminada
Sensação, de todo, inusitada.
Torrente a invadir-me a alma, em revoada,
a descerrar portas fechadas a novas percepções.
Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.
Suave volúpia da inspiração alforriada.
Fiquei mergulhado nessa sensação cálida
Com as vibrações trêmulas e inesperadas
De indescritível beleza que a alma acasala
Em sentimentos fortes a tornar-me vassalo
Por não encontrar da chave da casa,
num ímpeto, arrombei a porta,
escapando, por fim, duma esperança duvidosa.
Tudo dentro de mim floresceu em poesia deliciosa
Que noite encantadora com tapete de estrelas
Enterneceu todas minhas solitárias horas
Do lado de fora, envolto em música e luz,
Fiquei como que anestesiado diante da janela
Nem pensei em voltar para fechar a porta,
porque a moldura estelar me inebriara
E distraído não reparei...
que restara escancarada.
Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .
Sem tempo nem de olhar pra trás
Fui ao aconchego do meu travesseiro
E aqui estou para contar meio que maneiro
O que se deu... Pretensos versos alvissareiros.
Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes