AMANHECI OUVINDO ESTRELAS

Amanheci ouvindo estrelas.

Sabem. . . Aquelas últimas

que insistem em brilhar nas manhãs,

desafiando o sol; dos noctívagos

fazendo-se íntimas.

E a lua ontem estava tão reluzente

Que meus olhos colaram extasiantes

O coração logo pulou e se manifestou

Ficou ébrio da ternura que se incendiou

Em inesquecível madrugada iluminada

Sensação, de todo, inusitada.

Torrente a invadir-me a alma, em revoada,

a descerrar portas fechadas a novas percepções.

Cá dentro, sensação de terremotos e furacões.

Suave volúpia da inspiração alforriada.

Fiquei mergulhado nessa sensação cálida

Com as vibrações trêmulas e inesperadas

De indescritível beleza que a alma acasala

Em sentimentos fortes a tornar-me vassalo

Por não encontrar da chave da casa,

num ímpeto, arrombei a porta,

escapando, por fim, duma esperança duvidosa.

Tudo dentro de mim floresceu em poesia deliciosa

Que noite encantadora com tapete de estrelas

Enterneceu todas minhas solitárias horas

Do lado de fora, envolto em música e luz,

Fiquei como que anestesiado diante da janela

Nem pensei em voltar para fechar a porta,

porque a moldura estelar me inebriara

E distraído não reparei...

que restara escancarada.

Apenas, aprumei o corpo, e segui. . .

Sem tempo nem de olhar pra trás

Fui ao aconchego do meu travesseiro

E aqui estou para contar meio que maneiro

O que se deu... Pretensos versos alvissareiros.

Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 16/04/2011
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T2912271