Sorrindo de Felicidade
Ao balanço desse ritmo embolado
Traçado em especulações correntes
Com gostinho de Bossa Nova
Quero pousar até não poder mais
Até que a alma se cante sozinha
Levemente inesperados, que sejam meus passos;
Sem se saber pensando tracem seu destino
E bradem sem querer e progressivamente
Um a um sejam ilimitados os meus desejos
Fazendo o corpo se embalar nesse espetáculo
A face que era rubra vai se empalidecendo
E as lâmpadas do salão revivem vontades
Com ares cada vez mais alucinativos
E no final não se vê, não se sente;
E não se entende mais nada
Mas o que o corpo se limitou a sentir
Não precisa do pensamento pensar
Aliviando todo o sofrimento
Até que a dor se transfigure em prazer supremo
Já cantando em êxtase a presença da liberdade
Esperando que o sexo fique anestesiado
Além do mundo natural e sincero
Alcançando o último ponto da espiritualidade
Encontrando-se com o corpo, e a luz da alma;
Até que por fim, caia pelo chão sorrindo de felicidade.