ENSINA-ME O MISTÉRIO DAS ROSAS
Ensina-me a desvendar o mistério
Das Rosas
Para que de essências florais
Policrômicas
Eu me faça ébria,
Transeunte num arco-íris irregular
De impossíveis cruzamentos
E como águia na subida
Eu possa roubar do jardim cotidiano
A Rosa Púrpura presa
Entre o céu e a terra
por algemas divinas.
Ensina-me a falar a língua
Das Rosas,
Sua linguagem,
Dialeto de Arte, solilóquios,
Vozes de Poesia
Ecoando qual clarins
Nas mais altas e fortes
Tonalidades seus bemóis
e sustenidos... e o Silêncio
Que esconde miríades de beleza.
Ensina-me a ser forte
Como Rosa,
Para que eu possa manter
As cores, as sensações, as lembranças
Diluídas na essência do que nunca aconteceu
E também enfrentar minhas ignorâncias
De cabana e vinha...
Ensina-me,enfim, a Ser
Rosa;
Transforma meus espinhos
Em verdes folhas,
Prolonga minhas raízes até a mais
Longínqua das profundidades,
Faz com que minhas duras palavras
Exalem o mais doce dos perfumes
E que o Pólen de minha literatura
Se e-s-p-a-l-h-e
Viaje no vento e no tempo,
Seja fecundo, viva.
Quem sabe assim,
Possuindo pétalas,
Galhos vastos e ousados,
Gigantescas raízes,
Nutrindo-me da terra,
Na Poesia encontrada,
Na Poesia gerada,
Na Poesia parida,
Eu possa FLORESCER!...
Até que venha a morte
E [Re]alimente o mistério
Da Rosa da Vida.
Recife, madrugada de 12/11/06
Samantha Medina