SENTIDO ATEMPORAL
Que o objeto do meu desejo
Mesmo sem tê-lo eu o vejo
Colha orvalho com a própria língua
Saboreie entre lábios entreabertos
E, num ardente beijo,
Entre cheiros perfumados
Não me deixe morrer à míngua
Pois sabes que és a bem amada
Suscite as estrelas cadentes
Na maciês por vezes indolente
Adormecidas em meu colo
Saboreie a doçura do teu corpo
E, com olhar quente,
Intrépido e inconseqüente
Faça do amor mais que consolo
Aproprie-se aqui de toda magia
Provoque toda a alegria
Àquela mesmo que só extasia
Das sílabas abraçadas em rimas
Furor que a tudo seduz e redime
E no caminhar dessa poesia,
Seja noite, ou seja, dia...
A vida renasce e se ilumina
No fascínio que se descortina.
Duo: Sueli Fajardo e Hildebrando Menezes