Vendo ela morrer
Na minha catacumba dos romances
bem no meio dos mais fétidos lances
estás tú tambêm a apodrecer deitada
me fitando seus olhos negros, calada
Estas sujando os meus ladrilhos
com suas lágrimas, seus brilhos
á sofrivelmente me pedir perdão
pelos seus crimes de persuasão
Para tudo isto, como posso dizer não e
ainda esconder as chagas do coração?
especialmente agora que estás morrendo!
eu lhe perdoô de subito, quase que vendo
o seu espirito a erguer-se do chão
dizendo que se te amei foi em vão
Não sequer queira acreditar nisso, querida, nada contigo foi assim
eu percebo muito bem que tú morreste antes de se entregar a mim
mas apesar de ter me deixado só, como qualquer um vira-lata, cão
ainda sei que se nós amamos por inteiro não amamos tudo em vão
Sei muito bem tambem querida, que em qualquer lugar que estejas
podes muito bem ascender, esqueçer esse meu olho que lacrimejas
vê se esqueçe tambêm da época passada, onde fui obrigatóriamente
mais um brinquedo nos teus dedos, uma droga para esta tua mente
Esqueçe que foste um ventríloquo e eu o seu eterno brinquedo carnal
perdoô todo fruto que por acaso nasceste do teu espirito, deste tu mal
e se por acaso ainda há alguma coisa para perdoar,querida, te perdoô
podes ir te enfim,para o além da vida sem esta divida sem o teu enjoô
Podes enfim ir embora, vá morrer em paz
enquanto o meu corpo por aqui ainda jaz
lembrando nossos momentos saudosos
Mas algo ainda esta errado na densa atmosfera
não é sómente tua vida corpórea que se encerra
mas tambêm todos meus dias mais prestigiosos!