Vendo ela morrer

Na minha catacumba dos romances

bem no meio dos mais fétidos lances

estás tú tambêm a apodrecer deitada

me fitando seus olhos negros, calada

Estas sujando os meus ladrilhos

com suas lágrimas, seus brilhos

á sofrivelmente me pedir perdão

pelos seus crimes de persuasão

Para tudo isto, como posso dizer não e

ainda esconder as chagas do coração?

especialmente agora que estás morrendo!

eu lhe perdoô de subito, quase que vendo

o seu espirito a erguer-se do chão

dizendo que se te amei foi em vão

Não sequer queira acreditar nisso, querida, nada contigo foi assim

eu percebo muito bem que tú morreste antes de se entregar a mim

mas apesar de ter me deixado só, como qualquer um vira-lata, cão

ainda sei que se nós amamos por inteiro não amamos tudo em vão

Sei muito bem tambem querida, que em qualquer lugar que estejas

podes muito bem ascender, esqueçer esse meu olho que lacrimejas

vê se esqueçe tambêm da época passada, onde fui obrigatóriamente

mais um brinquedo nos teus dedos, uma droga para esta tua mente

Esqueçe que foste um ventríloquo e eu o seu eterno brinquedo carnal

perdoô todo fruto que por acaso nasceste do teu espirito, deste tu mal

e se por acaso ainda há alguma coisa para perdoar,querida, te perdoô

podes ir te enfim,para o além da vida sem esta divida sem o teu enjoô

Podes enfim ir embora, vá morrer em paz

enquanto o meu corpo por aqui ainda jaz

lembrando nossos momentos saudosos

Mas algo ainda esta errado na densa atmosfera

não é sómente tua vida corpórea que se encerra

mas tambêm todos meus dias mais prestigiosos!

Ernani Blackheart
Enviado por Ernani Blackheart em 03/04/2011
Código do texto: T2886484
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