Tempo pendular
Às vezes me entrego à nostalgia
Entro em letargia, hiberno!
Fecho-me para o mundo
Nem me mexo, fico disperso.
É quando repenso o que penso
Fico tenso, desajeitado!
Dislexo, descontrolado
Deixo o mundo parado,
descontinuado me dispenso.
Voltam meus vícios, meus suplícios,
Sinto vontade de mudar
Sinto vontade de ousar
de viajar, de gritar
Mas fico calado.
Torturado, sofro dividido,
Perco a tranqüilidade
O equilíbrio emociona;
Oscilo entre o bem e o mal,
Sem remédio
Sinto tédio.
O cotidiano me chateia
Por coisas novas, diferentes,
Minha alma anseia!
O trivial não me interessa
O inusitado quero ter
O invisível eu quero vê
O improvável eu quero ser
e nesse impossível querer
eu preciso viver.