Cortinas do tempo.
Autor: Daniel Fiúza
25/10/2004
Foram tantas cortinas negras
Onde eu me escondia atrás
Águas passadas sal e regras
Pensamentos líricos letais.
Como um velho ritual delirante
Acorrentando em mim o retrocesso
Seguindo o triste, frio e intolerante
O moroso marasmo sem sucesso.
A voz de dentro maltratava o ego
Disparate de centúrias sem valor
Injurio, descontente e cego!
Penúrias de viver um falso amor.
Num simples gesto de clareza
Filtrando a luz que me cegava
Mergulhando na minha certeza
Rasguei a carapuça que afogava.
Mudei pele, sonhos e os caminhos!
Baixei os rudes escudos medievais
Arranquei do peito os espinhos
Deixei escorrer o sangue dos jograis.
Renasci em gênesis eternidade
No paraíso de estrela cintilante
Cometa universal de felicidade
senti o calor do sol e o céu brilhante.