Florestas Astrais
O lago azul reflete os ciprestes, alamos e azinheiros...
que arranham o céu e são o véu da própria mata ciliar: estelar, fogo, terra, água e ar.
Nascem em meio aos cometas distraídos, jardins astrais e flores campestres em celestiais vestes.
O olhar se perde na harmoniosa extensão, do contorno alado dos longínquos pinheiros. É nobre o encantamento: a neve no cume dos montes festeiros traz, entre as fontes, as entranhas da paz e, do sagrado, o verdadeiro infindável momento.
É preciso enxergar além... com a inesperada brisa que vem. Fixar o olhar mais e mais, velejar e voar sem rota, como pelicano insano, como a última gaivota, mais e mais em meio as Florestas Astrais.
A cor sopra do pigmento do vento, a flor do nectar do amor.
As raízes em novas matizes, forjando asas do levitar sem saber.
Somos nesta cantiga outonais folhas levadas às Florestas Astrais, a cada instante, simplesmente,a renascer e renascer...