A RODA DE SAMSAHA
A RODA DE SAMSAHA
Há se eu pudesse rodar numa roda
De sucessivas alegrias e paixões destrutivas
Variadas mesmo que repetitivas vidas
Há se eu pudesse te encontrar em várias roupas
Em vários dias em varias fôrmas
Em várias peles e outros dorsos
Com vários nomes e tantos sonhos
Com várias mortes e esperanças
Com a lembrança de já ter me visto
Com o mesmo risco de repetir o erro
Há se eu pudesse interpretar a roda
De sucessivas vidas e sucessivos coitos
Variadas cartas e repetitivos contos
Há se eu pudesse te encontrar em lutas
Em várias camas e várias águas
Em vários olhos e tantas bocas
Com várias curvas e variados cheiros
Com vários nomes e outros medos
Com a mesma vontade de repetir o texto
Há se eu pudesse reinventar a roda
Com as sucessivas invenções de vida
Sem nenhum controle e nenhum obstáculo
Há se eu pudesse arredondar a roda
Sem nenhuma rota sem nenhum destino
Com nada impedindo e nenhum cansaço