ENLEVO
O que eu vi não se cogita
Mesmo o “vi” não se aplica
Não era nada de nenhum histórico
Comparando, à primeira vista, o irreal não seria insólito.
O que senti não tem medida
Não coube em mim
Não era assim ou assim
Mesmo ao máximo da empatia
Por mais que tentasse, alguém jamais entenderia.
O que vivi foi sem escala
Sem censura, sem paralelo.
Despojado que fui, mesmo o viver não conviveu,
Só por milagre ainda era eu;
Tanto de mim que tolheu, do que me era conhecido,
Que para ser entendido
Precisaria outra vez.
Mas algo me diz que as referências que tenho
E que a experiência vivida
Mesclaria com a nova em tantos mais elementos
Que desfaria meu intento de exprimir este momento
Tal as dimensões que tomaria.
O absorvimento completo
Dilui-me o intelecto
Reconstrói-me
Sacia.