Fúria incontida...

No caos da solidão

O silêncio é comoção

Trabalha a sua dor

E grita bem alto

No íntimo oculto

O que era um sussurro

Saltita ao pular o muro

Abre no pomo do peito

Em um sofrido gemido

Como a explodir o medo

Que estava escondido

Não há mais segredos

E o corpo agora responde

O que dele se desprende

Em leve e breve momento

Dá-se repentino espanto

E as pernas bamboleiam

Alquebradas em arpejos

Há uma mutação em ação

Metamorfose de desejos

Ser que se liberta dos grilhões

Sombras e sonhos tomam forma

Penumbras ganham contornos

Fantasias assumem os lençóis

A povoar o véu das noites

É o mergulho oceânico

Dos prazeres vulcânicos

Perdidos entre o sentir concreto

Em cenário de pulsar abstrato

Nudez despida que se oferece

Vencida pelos atos e desacatos

Intrépidos sentimentos enlouquecidos

Que orvalham a carente madrugada.

Hildebrando Menezes

Nota: Em homenagem ao dia da poesia

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 21/03/2011
Reeditado em 21/03/2011
Código do texto: T2862166