Na Linha do Horizonte
Na linha do horizonte
a nuvem branca pelo céu se esgarça
em tiras de algodão
que constroem uma frágil e etérea ponte
onde se vêem, aqui e ali, esparsas
entre o azul e o chão
várias palavras fugidas da poesia
também desfeita em tiras
por obra de uma estranha ventania
daquelas que se vê nas madrugadas
transformando as verdades em mentiras,
todas as crenças do poeta em farsas,
e as deixando também ficar rasgadas
mas não no céu, e sim no coração.