Qualquer instante de paixão
A poesia é a penumbra da lide,
no muro dos poetas
e no meu colarinho amassado
habita no ninho quando vento lhe toa
busca nas madrugadas
a embriaguez das rendodilhas
nasce rude de folhas e cantigas
que canta soturnamente
no tempo que escoa
E assim, o muro dos poetas
tem poder ilusório
não atinge a verdade
pois o choro é maior
borboletas que minguam
em larvas de solidão
pois não falam,
não poetizam,
não vibram
qualquer instante da paixão...