Nunca estarei só...

Não estou só...

Porque sei levantar

E sacudir o pó

Ainda que a solidão teime em me sequestrar

e meus dias amanheçam calados

Mesmo assim dou a volta por cima

E agarro-me à melhor companhia

Que nada mais é que a própria poesia

Fazendo do tempo o algoz de meu sorriso,

inserindo lacre no fosco de meu rosto,

Assim estou sempre de sobreaviso

Dou um nó na tristeza e só disso preciso

Sem aviso, de improviso, de mal gosto,

realçando marcas que se mantinham abrandadas,

enfrento as pedras que tropeço pela estrada

Apagando de meu álbum, fotos de pessoas amadas,

que ficaram pelos caminhos de nossa jornada,

ainda assim não me sinto só.

Dou de mim o melhor sem sentir dó

Com a alma na ponta das mãos e do gogó

Abro o meu coração com paixão e vibração

Mesmo que dos sonhos reste apenas um,

não o deixarei que morra, cultivá-lo-ei,

Para que se transforme em realidade

Cultuo o melhor da simplicidade

Pois sei que sonhando, sobreviverei...

Ainda que as emoções se tornem mais amenas

Vou vencendo cada uma das minhas penas

E nesse embalo vivo escrevendo meus poemas

Obedecendo o ritmo de minha limitação, apenas,

seguirei em frente, rumo à superação,

Desse jeito combato a intrusa solidão

Mesmo que para isso ande na contramão

E mesmo só, nunca estarei só...

Porque a tenho comigo nesta suave magia

Dormirei, sonharei, brincarei com a fantasia,

Que nasce, cresce e morre todos os dias

Caminhando de mãos dadas com a poesia.

Duo: Carmen Lúcia e Hildebrando Menezes

Nota: Dueto em homenagem ao dia da poesia

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/03/2011
Código do texto: T2847606