PÊNDULO

Como um pêndulo que oscila
Entre dois pontos e vacila,
Mantendo a sua amplitude,
Em desequilíbrio assim também,
Oscilo entre o mal e o bem,
O desregramento e virtude.

Forças me levam ao descaminho
E embriagado pelo vinho,
Sou nau que sem destino navega.
Assim, de forma irresponsável,
Agarro-me ao imponderável,
Ao que me atordoa e cega.

Outra vez o pêndulo balança,
Então a minha mente se lança
Em busca do amor infinito.
No céu, entre as luzes douradas,
Um coro de vozes afinadas
Acalma meu coração aflito.

Vivendo nesta dicotomia,
Em equilíbrio noite e dia
De um lado a outro sem parar,
Quero buscar na minha amada,
Num cantinho, uma pousada
Para ficar tranqüilo e amar.