Tesoura Cega - Desabafo!
Quem trocou a alma pela palma
E vendeu a sua calma
Nos mercados da paixão
Meteu foi à mão na cumbuca
Ao se achar que era astuta
Provou mesmo que é biruta
Quem rasgou a seda da ternura
Nas barracas da amargura
E do fel se embriagou
Enfureceu o poeta das doçuras
Que receita é re-apaixonar
Como antídoto da solidão
Para acabar com tanta dor
Derramou toda a tinta do tinteiro
E não fez um verso inteiro
Que falasse de perdão, ah
E como é bom falar ao coração
Que transborda de emoção
De que somos todos irmãos
Quem se perdeu do amor humano
É como tesoura cega
Não tem mais direito ao pano
Mostrou que é mesmo insana
Mais parece cobra brega
Que nas beiradas se esfrega
Óh não
Quem se perdeu do amor humano
É como tesoura cega
Não tem mais direito ao pano
Que tenta cortar e não consegue
A inspiração de tantas entregas
Por onde ele anda e trafega
Quem trocou a alma pela palma
E vendeu a sua calma
Nos mercados da paixão
Virou escravo da ilusão
Vê maldade e maquinação
A quem só quer deixar seu verso
Ganhar o espaço do universo
Quem rasgou a seda da ternura
Nas barracas da amargura
E do fel se embriagou
Agora curte a ressaca
De armar os seus barracos
E receber de volta seus maltratos
Quem derramou toda a tinta do tinteiro
E não fez um verso inteiro
Que falasse de perdão, ah
Não percebeu e se fez de vítima
Ao acusar ao outro de réu
Acabará mesmo é no beleléu
Quem se perdeu do amor humano
É como tesoura cega
Não tem mais direito ao pano
Vai curtir a fossa e entrar pelo cano
Por ter causado tanto desengano
Vai viver pra sempre na lama
Óh não
Quem se perdeu do amor humano
É como tesoura cega
Não tem mais direito ao pano
Duo: César Costa Filho e Hildebrando Menezes
Nota: Duetando com o vídeo de Beth Carvalho
http://www.youtube.com/watch?v=U2gdF_Lxi2k
Comentário certeiro de Lourdes Ramos:
Existem pessoas e pessoas... Ninguém muda o outro, a não ser que ele queira. No mais resta sempre aprender algo em cada nova situação. O vídeo é uma reflexão sobre idéias pré-concebidas e paradigmas que podem ser quebrados.