Alma desencarnada

A morte corroeu-te em vida

Levou-te o brilho, a magia

A seda dos teus cabelos

Pôs de lado a arrogância

Ainda lembro a fragrância

Do teu jeito intempestivo

A morte sempre te quiz

E ardilosa foi-te tentando

Desviou-te do caminho

A luz transformou em trevas

Os sonhos que não cumpriste

Os filhos que não pariste

A dor feita de abandono

Do outro lado uma voz

Chamou-te com asas de anjo

Foram quatro lances de escada

Todos de uma assentada

Um grito de libertação

O corpo inerte e gelado

Onde jaz uma vida vazia

Uma alma desencarnada

Sob a sina da humilhação

Fana
Enviado por Fana em 01/03/2011
Código do texto: T2822240
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