Alma desencarnada
A morte corroeu-te em vida
Levou-te o brilho, a magia
A seda dos teus cabelos
Pôs de lado a arrogância
Ainda lembro a fragrância
Do teu jeito intempestivo
A morte sempre te quiz
E ardilosa foi-te tentando
Desviou-te do caminho
A luz transformou em trevas
Os sonhos que não cumpriste
Os filhos que não pariste
A dor feita de abandono
Do outro lado uma voz
Chamou-te com asas de anjo
Foram quatro lances de escada
Todos de uma assentada
Um grito de libertação
O corpo inerte e gelado
Onde jaz uma vida vazia
Uma alma desencarnada
Sob a sina da humilhação