No olho do tornado
Autor: Daniel Fiuza
11/02/2011
Hoje estou no pesadelo, sinto o peso da vida,
Encolho-me, sangro feridas,
Choro o medo.
Queria meu sorriso doce,
Minha face de frente,
Minha sorte aparente,
E meus olhos de ver o belo.
Queria minha criança de volta,
O meu rio encantado,
E viver no meu castelo.
Queria ser apenas o vento,
Ou um pássaro planando,
Sentindo a liberdade
De viver voando.
Hoje estou no olho do tornado,
Sem defesa,
Sem clareza,
Desajustado.
Giro velozmente mudo o rumo,
Troco de lado.
A cabeça gira no sentido contrário,
Sinto a estranheza do mundo,
A indiferença das pessoas,
Seus julgamentos,
Suas sentenças,
Sinto-me culpado.
Quero beber a água limpa do riacho,
Matar a minha sede de afeição,
Achar o caminho das pedras,
Viajar no pensamento,
Ser um pingo na multidão.
Hoje sou um excluído,
Dos sonhos e da minha história fantástica,
A dura realidade me esmaga, me tortura,
Não sou real, nem sonho,
Sou apenas o produto
Da esmagadora máquina.
Baile ao Luar
Sem poder dormir, fui até a janela
olhei a noite e vi...
Vi as alegrias e as desilusões,
estavam lá, paradas na calçada.
Sem saber como, de repente,
começaram uma dança encantada,
foi a lua, nem sempre amiga,
que as despertou e as incitou
para dançarem nesse baile enfeitiçado!
Tentei, tentei parar esta dança,
mas oh! ingratidão, não consegui!
Elas me olhavam e sorriam
ao ver a minha solidão...
Mas de repente tudo se aquietou,
a lua se escondeu e fugiu,
só assim, com um leve sorriso
deitei...e o amanhã surgiu!
Lulli