Herança
Enche-me, doente, maldito ser ausente,
Enche-me de ódio, poda-me a cortes largos,
Meus grandes braços, e deixa-me aleijado.
Não quero mais a paz, quero a guerra,
Ver na terra o caos, o fim desse Oasis de alegria.
Quero finais, para mim, já não é mais nada lindo,
Tudo está indo pelo buraco, e eu quero apenas cavá-lo
Mais e mais, esqueça a paz, matem-se humanos,
Esfaqueiem-se, quem se importa, eu não o mais.
Abra-me os olhos, e faça me enxergar toda a desavença,
Conheço a sentença, e quero ver a pena da sua morte,
Minha morte, a morte desse povo, engodo dessa terra
Profanada e desgraçada pela mão podre de nós.
E a lama, suja e fétida, essa é nosso galardão,
Que ela encha nossas barrigas, nosso pulmões,
Em grandes goles, e que nada, nada possa nos absolver,
Pois não o merecemos mais. E o já um dia?
Não o creio, e fé já não tem, e nem Ele,
Dói, mas digo assim, era uma vez, um povo,
Criado pelo Criador, e esse povo, já, há algum tempo,
Achou seu merecido fim.