Herança

Enche-me, doente, maldito ser ausente,

Enche-me de ódio, poda-me a cortes largos,

Meus grandes braços, e deixa-me aleijado.

Não quero mais a paz, quero a guerra,

Ver na terra o caos, o fim desse Oasis de alegria.

Quero finais, para mim, já não é mais nada lindo,

Tudo está indo pelo buraco, e eu quero apenas cavá-lo

Mais e mais, esqueça a paz, matem-se humanos,

Esfaqueiem-se, quem se importa, eu não o mais.

Abra-me os olhos, e faça me enxergar toda a desavença,

Conheço a sentença, e quero ver a pena da sua morte,

Minha morte, a morte desse povo, engodo dessa terra

Profanada e desgraçada pela mão podre de nós.

E a lama, suja e fétida, essa é nosso galardão,

Que ela encha nossas barrigas, nosso pulmões,

Em grandes goles, e que nada, nada possa nos absolver,

Pois não o merecemos mais. E o já um dia?

Não o creio, e fé já não tem, e nem Ele,

Dói, mas digo assim, era uma vez, um povo,

Criado pelo Criador, e esse povo, já, há algum tempo,

Achou seu merecido fim.

Helinho
Enviado por Helinho em 08/02/2011
Código do texto: T2779630