O homem de mim
Ouço-o gritando em meu ouvido
Querendo sair da prisão de meu corpo
De onde fostes pelo amor banido
E selado na alma pelo indigente tempo.
Quebranta meus pesadelos de mim,
Renegas a ferida do sono da morte,
E assombra o poeta que aguarda seu fim
Esperando o abandono a própria sorte.
Viajei a procura da cura nos remédios:
E se a morte viesse pela manhã, levar-me-ia?
Oro ante a perpétua dos caídos
E tento entender o que você sentia.
Voz que assim me diz:
“Vês o destino daquela deusa imunda,
Atenuada pelos desejos da carne sem valor,
Caída no teu sonho, pronta para ser amada?
Ela se esqueceu o que é o amor.”