DÊ-ME ASAS

Dê-me asas
Quero ir para bem longe
Para onde não haja guerras
Nem seca, nem peste e nem fome
Quero fugir da mira
Da mão que dispara os canhões
Não quero ver tantos soldados
Armados ou não
E nem ver o meu guri
De papo pro ar, estirado no chão
Recuso-me a testemunhar
Tenho que voar bem alto
Para onde o homem não alcance
E aquele que ousar em um salto
Desista logo que canse
Preciso de asas bem fortes
Para que eu possa então voar
Sem ter sul e nem norte
Ir aonde o coração me guiar
Quero ir até pasárgada
Como um dia Manoel o fez
Para ter com a mãe d’água
E nem sou amigo do rei
Por isso é que desejo asas
Ao menos por um segundo
Só pra não ver as misérias
Que estão fazendo a este mundo
E empenho a minha palavra
Que um dia hei de voltar
Pois esta é a minha casa
E aqui é o meu lugar


*"Registro a menção às ilustres obras indiretamente citadas, com imenso carinho aos seus autores e interpretes".
A Alma de um Poeta(Pinho Sannasc)
Enviado por A Alma de um Poeta(Pinho Sannasc) em 01/02/2011
Reeditado em 02/02/2011
Código do texto: T2766314
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