Decomposição
Toda carne tem
seu cerne,
íntimo e anônimo,
Surge e desvanece
entre a sujeira e a sujeição
sugestão de gosto, delírio e prazer
Ignomínia predileta
a carne é profanação
templo inerte em erosão
eros, psique e janus
em inveja, distúrbio
tumultos de deserção
flébil, doravante fértil
Carne, que repousa
febril, sem intenção
em berço de alívio
após o regurgitar
da agonia,
tardes canônicas
noites apócrifas,
pelos ouriçados
em toques plenos
decididos,
coleio, entre ventre
e pernas, passeantes,
vulva rebuscada
universo que intumesce
Ébrios em todo desejo
Misto de mosto e Lucidez
Carne, cerne de um corpo
que perdeu seu tempo,
a vida é efêmera
morre-se pelos sonhos
e os sonhos
destroem por dentro,
distopia
que à realidade se alia