O Panteão de Omentecuhtli

Eu sou aquele dos odores fumegantes

Dos humores cítricos

Dos amores rastejantes

Aquele dos risos escandalosos

Dos palavrões mais escabrosos

Abusado, Ousado

Da voz bonita

Do belo canto... Santo!

Eu sou aquele do olhar atrevido

Dos beijos ardentes, da boca profana,

Da vida insana, da cama... Bandido!

Aquele que encara o presente,

Com os planos do futuro

Com os enganos do passado, sem compunção

Aquele que pensa com a alma

Que peca com a calma e a volúpia de um apaixonado coração

Sou da carne... o prazer

Do corpo... o suor

Da pele... o tato, o calafrio transmitido

Sou sexto sentido, sou veneno, sou antídoto.

Eu fui ontem... e o amanhã?

Descoberta tardia que meu hoje ignora

Eu sou o agora, o momento, o sempre , a ausência

O ópio, o delírio, o cio, a essência.

Eu sou aquele que surpreende, o intrépido palhaço,

O compasso, o passo, caminho incerto,

Pseudo abrigo, amigo... sempre por perto.

Sou aquele que não espera, que desespera,

Que bate, que humilha, que perdoa, que detesta,

Eu sou aquele... Aquele que não presta.

Eu sou o crepúsculo, o alvorecer, o despertar do inconsciente

Aquele que alça vôo, que ressurge das cinzas

Meticuloso, ardiloso, capcioso,

Perspicaz, indeciso, preguiçoso... Inteligente!

Eu sou aquele do mistério, que oculta, discreto

Que procura, que encontra, que não conta...

Segredo... Secreto!

Eu sou aquele que não se esquece, que obedece, que manda

Eu sou a pedra no caminho, a sombra, o colo, o espinho

Aquele que encanta!

Sou do erro a indulgência

Da confidência o impacto

Do pacto a intimidade, a confiança

Sou ancião empedernido, jovial enternecido

Áurea infância.

Eu sou o soneto, o verso, a prosa

A rima, a correção, o tema

Parnasiano incorruptível, romântico aprazível

Poeta... poema!

Sou transcendente, transeunte espacial, anacrômico, surreal,

Aquele que emana...

Estado de espírito, transe mediúnico, fluído

Antagônico, paradoxal, evoluído... Nirvana!

Mas se mesmo assim perguntarem:

- Quem é este ser profano, metamórfico, genial

Hiperbólico, neológico, humano?

Não exite e revele sem engano...

É Umile Romano!

Umile Romano
Enviado por Umile Romano em 14/01/2011
Código do texto: T2728050
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