Mangueiras são pretas velhas e as amas de leite

Tenho medo pai...
E nem sei se conseguirei.
Meu peso aumenta...
Parece que tenho raízes e são em vão.

Não vejo meus pés no chão...
Cai a chuva intensa e a barriga aparece.
Problemas com dinheiro, correria e depressão.
É na solidão que faço esta prece!

Há tempos que a vida é assim, filha querida.
É assim que não olho para mim.
O que vejo é o sacrifício da natureza humana
Sem saber se entender, perdoar, renascer e prosperar.

Mangueira nova quando dá frutos pela primeira vez,
Esquece correndo o que a natureza fez.
Mangueiras são pretas velhas, amas de leite,
Sem vaidade e sem enfeite!

Pediram para que fosse assim, aplacando a fome de filhos e netos.
Agradecidas pela vida... Nunca questionam a vontade de Deus.
Por isso, são enormes e frutificam vistosas.
Não se feche num sofrimento, olhe para fora!

Nada por acaso lhe aconteceu.
Por dar frutos...
Dentre todas as mangueiras, será a mais vitoriosa:
Ame a vida e a natureza, cuida com carinho que este fruto é o seu!

De Magela

Para Nainá.

(Imagem google, tema: mangueira)


DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 13/01/2011
Código do texto: T2727391
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.