Escuridão

Malditos sejam esses pensamentos que trazem

a dor, a mágoa que deságua

à ilusão do Invisível...!

Malditos!

Por que são infinitos em mim?

Porque a o canto (que é o pranto)

da alma promete cair pungido,

saindo à ferida incruenta e doída

que insiste em manter-me acordado às noites mórbidas

que a mente tem convulsões,

que o coração fala no dialeto inconfundível dos desdenhados.

Um dia quando a aurora boreal ressurgir em meu coração

cheia de nácar seja tarde para perdão,

para reavaliação dos pecados,

para a comoção de quem foi desalmado.

Enquanto isso:

Malditos sejam os pensamentos nefastos,

(melhor amaldiçoá-los do que o próximo)

porque, sinto-me como o Astuto

que tem por fruto manter todos acabados,

esmiuçados com o dolo

de um sorriso magoado no íntimo.

Aqui vai um voto para o porvir

na lembrança de quem um dia sorriu de alegria.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 03/01/2011
Código do texto: T2707567
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