Escuridão
Malditos sejam esses pensamentos que trazem
a dor, a mágoa que deságua
à ilusão do Invisível...!
Malditos!
Por que são infinitos em mim?
Porque a o canto (que é o pranto)
da alma promete cair pungido,
saindo à ferida incruenta e doída
que insiste em manter-me acordado às noites mórbidas
que a mente tem convulsões,
que o coração fala no dialeto inconfundível dos desdenhados.
Um dia quando a aurora boreal ressurgir em meu coração
cheia de nácar seja tarde para perdão,
para reavaliação dos pecados,
para a comoção de quem foi desalmado.
Enquanto isso:
Malditos sejam os pensamentos nefastos,
(melhor amaldiçoá-los do que o próximo)
porque, sinto-me como o Astuto
que tem por fruto manter todos acabados,
esmiuçados com o dolo
de um sorriso magoado no íntimo.
Aqui vai um voto para o porvir
na lembrança de quem um dia sorriu de alegria.