Límpida e transparente,
a água permeia
as paredes de vidro
onde não há areia
ou planta natural.
E em meio ao nada,
nada (luminoso feixe)
pequeno cardume:
os sete peixes
do meu aquário.
Por baixo do lume,
rebrilha o prata,
acende-se o verde,
reluz o dourado,
o branco e o preto,
o azul e o malhado,
um existir fechado
em bela redoma,
na memória perdida
de um tempo ancestral.
Uma verdade me assoma:
eu, alheia em mim,
também me sinto assim,
um ser pequeno - e vário
frente à Vida
num mundo à parte,
sim, cheio de arte
(mas irreal)
esperando o Poema
regado a meu sal
ou, quem sabe,
somente o dilema
da última cena
do minuto final ...
Silvia Regina Costa Lima
6 de dezembro de 2010
Ps: este é o meu pequeno aquário com os seus pexinhos,
aos quais dei nomes das pessoas que eu gosto:
o pretinho, Stella; o prata, Fábio; o verde Gil, o azul Silvia;
o listadinho João, ainda tem Dudu, o branquinho
e Noah, um dourado ....rs )