Abra seus olhos...
Ao que está aqui bem próximo
Até ali na imensidão do cosmos
Do cenário maior e maiúsculo
Ao seu mais minúsculo músculo
Da perfumada pétala de rosa
Ao bico e penas do beija-flor
Das favas do néctar da abelha
Aos lábios de mel da centelha
Bailado das asas da borboleta
Vento frio que ao corpo açoita
Ao ignóbil réptil atrás da moita
Espetacular estampido da arma
Ao projétil que baila no pentagrama
Ao som que acaricia teus tímpanos
Do eriçar dos teus pêlos em arrepio
Laço de fita que enlaça as tranças
Dos madrigais aos festivais musicais
Escorrer da bola no fundo das redes
Ao grito vibrante da alegria do gol
Do orgasmo preso pela carícia negada
Riso incontido na estridente gargalhada
Ao projeto de vida que dorme no ventre
Primo que prima na conjunção das rimas
Sinfonia leve e solta que paira e pára no ar
Ao desenho das nuvens que escondem o luar
Esplendor dos raios solares a dourar horizontes
No vôo de balé das gaivotas no mergulho ao mar
Entrelace dos dedos das mãos de fé em oração
Do lapidado sentimento vivo vestido de emoção
Abra seus olhos para o espetáculo da vida
Apreenda a luz fugitiva nas frestas das florestas
Utilize das retinas à beleza contida na estética
E dê férias a penumbra que habita nas catacumbas
Assim sendo transcenda sua alma bela e generosa
Mate o escuro obscuro e taciturno das horas noturnas
E se embriague e se confunda com a própria natureza
É aí... Bem aí... Que reside toda a sua pureza e beleza
Ponha nos olhos no lugar da tristeza... Sua delicadeza!
E o mundo inteiro se abrirá em inspirados improvisos...
Captados numa fascinante alegoria de risos e sorrisos.
Hildebrando Menezes