AO POR DE SOL DE DEZEMBRO


Como o vento que sopra
sobre o cume das montanhas
e sobre o pó da terra,
assim se debate a minha alma
nessa imensidão de abismos
que sobem, que descem
que florescem, fenecem.
 
A existência é essa fragilidade
entre a pétala que cai
e a pedra que forma a cidadela.
 
Entre essa lágrima que rola
como pérola viva vinda da dor
para ir a lugar nenhum
e essa estrela da noite
que espia os jardins dormindo.
 
O resto é esse vôo sobre dias e noites
quando o espírito plana
entre a alegria e a dor.

Apenas uma ave em busca do ninho.



(Direitos autorais reservados)
imagem: yun327
www.yunphoto.net/pt/