Recendência (Luzes n’alma)
Miríade de luzes n'alma pululam
em recendente aroma de méleos olores
ao adejar suave de asas ao vento
refestelam-se ao repique de gáudios fragores
É o ruflar de anjos fagueiros
ao ataviar-se a lua de álacre olhar
esvoaçam aos rumores dos risos que entoam
os lábios ao afago de doce estreitar
Assim ao flanar d'alma que anseia
deleite de anelos em doce espreitar
a brisa permeia em rocio ao relento
leva consigo um anjo a cismar
N'alma entrevejo um sol de esperança
ao doce arpejo d'um riso a exalar
suave perfume que eclode das flores
que vem dos amores meu sonho embalar
Então na calada as luzes se acendem
inflama-se a alma em doce sonhar
tem nos pendores seus nobres anseios
assim aos enleios com anjo a folgar.
ANSELMO, Valdecir de Oliveira. Recendência. Rio de Janeiro: Quártica, 2008. (Poema)